29.08.2021

“Mãe Maria, que tua vida seja a minha vida!”

Ir. M. Joanne Petersen, África do Sul

Ir. Mary Hastings

 

Essa frase testemunha muito bem o que vivenciamos em Ir. Mary Hastings, da África do Sul, além de ser sua constante oração. Ela é um exemplo de personalidade formada na Aliança de Amor, capaz de ajudar na transformação da sociedade. Ir. M. Joanne Petersen partilha conosco a bênção da vida de nossa coirmã:

A adolescente, Mary Hhastings participa de uma conferência de nosso Fundador, Pe. Kentenich, durante a sua visita na África do Sul, em 1948. Uma frase a toca profundamente:

“Retornei de Dachau assim como os senhores agora me veem”.

Mais tarde, ela escreve sobre impacto que isso lhe causara: Como eu já tinha assistido um filme sobre o Campo de Concentração, estas palavras tiveram um impacto tão profundo em mim, que nunca mais as esqueci. O privilégio deste encontro, que se realizou tanto tempo, permanece inesquecível.” O encontro com o Fundador lhe causou profunda impressão e a influenciou em sua decisão de, em janeiro de 1955, ingressar no Instituto das Irmãs de Maria.

Ir. Mary Hastings nasceu em 28 de dezembro de 1932, na Cidade do Cabo/África do Sul, à sombra do famoso marco sul-africano, a Montanha da Mesa. Como adolescente ela frequentou o movimento de escoteiros, que moldou seu amor à natureza e pelas atividades ao ar livre.

Após concluir seus estudos, ela trabalhou para o jornal nacional católico e mais tarde para a livraria católica. Ela foi muito louvada por sua competência comercial, administrativa e de Marketing.

Ir. Mary era, por natureza, uma pessoa extrovertida e sua paixão era o apostolado. No início dos anos 1960, ela ajudou a fundar e estruturar vários ramos no início do Movimento de Schoenstatt no sul da África. Ela cuidava de todos, animava-os, organizou jornadas e dias de formação. Para muitas pessoas, “Ir. Mary e o Movimento na Cidade do Cabo”eram sinônimos.

Ir. Mary e o Movimento na Cidade do Cabo

Era muito importante para ela que cada Ramo do Movimento de Schoenstatt tivesse a sua revista. Com textos de nosso Fundador, essas publicações traziam enriquecimento espiritual e estimulava na aspiração. Ela tinha um talento natural de entrosar outros neste trabalho, de modo que se tornava a Revista “deles”. Aproveitava cada oportunidade para traduzir para o inglês e publicar as palavras de nosso Fundador sobre Schoenstatt. As muitas publicações e revistas requeriam um grande trabalho. Ela tinha duas secretárias que se ocupavam desde a digitação até chegar à publicação e distribuição. Ir. Mary foi a primeira Irmã da nossa província a usar uma máquina elétrica de escrever, mais tarde, também a primeira a trabalhar com um computador.

Ela organizou encontros para crianças de tal modo que, até hoje, os jovens e avós ainda comentam sobre os jogos de futebol organizados por ela.

Inesquecível foi a vivência que alguns tiveram com a polícia, durante o tempo do Apartheid. Era um final de semana organizado por ela para adolescente – de todas as etnias – e eles estavam felizes. Na época isso era proibido. Os policiais chegaram e gritaram com Ir. Mary. Destemidamente, ela os olhou e disse com segurança: Eu educo personalidades fortes, livres e sacerdotais! Eles ficaram surpresos com esta resposta e a advertiram que doravante não organizasse mais encontros com etnias diferentes. Mais tarde, dois desses jovens se tornaram padres diocesanos e outro se tornou diácono permanente, casado.

Ela era uma pessoa de grandes iniciativas. Aproveitava cada oportunidade para promover a união o companheirismo. Sua amada Montanha da Mesa era aberta para todas as etnias, assim que, em 1977, ela organizou a primeira peregrinação de Santuário a Santuário, com cerca de 150 participantes, que partiram do Santuário de Constância, subiram pela Montanha da Mesa e foram até o Santuário de Villa-Maria. Até hoje este é um evento anual popular, com muitos participantes, também com pessoas que pertencem ao Movimento de Schoenstatt. Com seu ilimitado e ardoroso empenho apostólico ela organizou muitas peregrinações nacionais e internacionais.

A cantata anual de Natal surgiu também por iniciativa dela. Ir. Mary conseguia envolver crianças, jovens e até adultos nessas apresentações. Às vezes até um bebê “vivo” fazia parte, como o Menino Jesus, na manjedoura. É sempre um grande acontecimento para as famílias, realizado até hoje. Ela organizava ainda procissões luminosas e tantas outras celebrações.

Amiga fiel de inúmeras pessoas

Ela era muito conhecida e, por sua bondade e compaixão, era a amiga fiel de inúmeras pessoas. A posição social de uma pessoa não era importante para ela. Ela conhecia e reconhecia a dignidade de cada pessoa e a tratava de modo correspondente. Ela fez muitas visitas às famílias, para ajudar e animar os que sofriam, que passavam dificuldades ou necessitavam de algo. Conduzia todos à a Mãe de Deus em seu Santuário, mas, também mantinha um vínculo com eles.

Mesmo sendo uma pessoa muito ativa, ela era muito piedosa e possuía um profundo amor ao Fundador e à missão de Schoenstatt. Todos que a conheceram foram enriquecidos por sua disponibilidade desinteressada de si mesma, sua extraordinária cordialidade, lealdade e generosidade. Ela sempre “caminhava uma milha a mais com eles”, como diz Jesus. Ir. Mary corporificou a imagem de uma genuína Irmã de Maria.

Seu nome Mary – Maria, foi a sua missão. E sua súplica: 

“Mãe Maria, que a tua vida seja minha vida”

de fato se realizou.