11.08.2021

IR. M. BERNOLDA WINKELS

Ir. M. Joanne Petersen, África do Sul

Ir. M. Bernolda Winkels

 

Ser Irmã de Maria é um presente muito especial de Deus, para cada uma de nós! Convivemos com tantas coirmãs exemplares, em nossa grande Família, e não podemos guardar só para nós esse grande tesouro. Por isso, somos gratas à Ir. M. Joanne Petersen, que partilha conosco o tesouro da vida de Ir. M. Bernolda Winkels. Acompanhem o texto:

Ir. M. Bernolda Winkels, tendo apenas 5 anos de vida consagrada em nosso Instituto, a convite do Fundador, Pe. José Kentenich, deixou tudo e partiu, como missionária, para a África, o que na época significava: nunca mais retornar para a Alemanha.

Ela nasceu em 29 de agosto de 1906, em Essen, Alemanha, e ingressou em nosso Instituto de Irmãs de Maria, em 1933, com 27 anos. Ela aceitou generosamente o desafio de dar testemunho de Schoenstatt e de Maria em uma terra estranha, sendo enviada, em1938, como missionária para a África.

Era uma costureira experiente e, com suas habilidades, ajudou nossa jovem comunidade, na África do Sul, a se tornar financeiramente independente. Além de exercer profissionalmente sua tarefa como costureira, ela costurava também para nossa comunidade.

O “Apartheid” deslocou milhares de famílias para Cape Flats (uma localidade pobre na Cidade do Cabo), deixando o Arcebispo muito preocupado com as necessidades dessas famílias. Houve muito sofrimento, misérias sem fim, e muitas famílias lutavam para encontrar novamente um lar. O Arcebispo solicitou a ajuda de nosso Instituto e Ir. M. Bernolda aceitou essa tarefa com alegria.

Ela ia para a região, visitava pessoalmente as mães católicas e, logo, percebeu que, em todos os lugares, elas precisavam de ajuda. Ir. M. Bernolda presentava a todos com seus dons e talentos, ofereceu cursos de administração doméstica: culinária, panificação, costura e limpeza, como fazer com que o pouco dinheiro que tinham rendesse um pouco mais. A notícia de suas habilidades e influência positiva espalhou-se rapidamente e ela foi convidada para dar aulas nos Centros Comunitários dirigidos pelo governo. Na época, o diretor de um desses centros se empenhou para que os cursos fossem custeados pela prefeitura.

“Mãe de Cape Flats”.

Nossa coirmã era uma personalidade terna, de inteligência clara e compassiva. As mães a amavam, não apenas pelo que ela lhes ensinava, mas também por seu cuidado materno e apoio espiritual. As necessidades de suas famílias tornaram-se as necessidades dela e ela fez de tudo para ajudar. Por exemplo, ela fez amizade com os gerentes de várias fábricas e eles lhe davam o excedente de suas produções e colocava preços baixos nos materiais de que ela precisava. Ela também recolhia, de uma fábrica, meias quentes para os muitos pescadores da localidade de Cape Flats. Isso lhe rendeu o título de “Mãe de Cape Flats”.

Mas, a verdadeira grandeza de Ir. M. Bernolda era sua habilidade de dar esperança e coragem para as pessoas que estavam em grandes aflições e em circunstâncias que pareciam intransponíveis. Uma mãe, que foi informada pelo médico de que estava grávida de gêmeos, ficou arrasada, porque sua família era muito pobre. Ir. M. Bernolda conseguiu enxugar as lágrimas dessa mãe e a ajudou, de forma muito prática, para adquirir tudo o que era necessário para a chegada das gêmeas. Frequentemente, ela foi solicitada para orientar em problemas conjugais e familiares. Ela tinha a capacidade de ouvir, de chegar a causa do conflito e, por meio de sua compreensão e orientação sábia, muitas vezes as famílias encontravam solução para suas dificuldades e se reconciliavam. Ela os apoiava com suas orações e sacrifícios, mas também motivava as famílias para rezar e compartilhar seus problemas com a Mãe de Deus, no Santuário.

Um dia, o arcebispo a saudou como “Mãe de Cape Flats”, pois ele deve ter ouvido sobre “seu título” recém-adquirido e ficou feliz em chamá-la com esse nome. Ele compartilhou com ela também as suas dificuldades: Os alunos do seminário menor estavam muito insatisfeitos com a alimentação e se recusaram a comer. Ela visitou o seminário, depois voltou ao arcebispo e explicou que ela também não estava feliz com a refeição deles. Então, ela se tornou amiga dos chefs e, por um período, trabalhou com eles na cozinha, para mostrar-lhes como podiam tornar a comida mais saborosa. Seus esforços foram bem-sucedidos e abençoados e logo as panelas ficavam vazias! As cozinheiras se tornaram amigas de Ir. M. Bernolda e ela se interessava por eles que, frequentemente, pediam seus conselhos.

Maria, na África

Nossa coirmã foi uma testemunha credível de nossa Mãe Três Vezes Admirável de Schoenstatt e vivia na força da Aliança de Amor. Todas as manhãs, antes de entrar em sua pequena van, que geralmente estava carregada de máquinas de costura, utensílios de cozinha e tudo o que era necessário a jornada do dia, ela ia ao Santuário e pedia, para si mesma e para todos que ela encontraria, as bênçãos de Deus, da Mãe de Deus e do nosso Fundador. Ela trazia muitas pessoas ao Santuário e muitas das mães e famílias, por meio dela, começaram a participar dos vários ramos do Movimento de Schoenstatt.

Ir. M. Bernolda era uma pessoa silenciosa com um coração terno e compassivo, tinha um pensamento claro e positivo, uma preocupação sincera pelos pobres e marginalizados, a quem que se dedicava, fiel à sua missão de ser Maria, na África. Sua vida refletia o que ela está escrito em nosso broche: “Caritas Christi Urget nos” – O amor de Cristo me impulsiona! Seu grande amor a Deus, a Mãe de Deus e ao nosso Fundador a impulsionava a colocar tudo a serviço de Deus. Ela era um instrumento credível de amor, de esperança e de paz.